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Exercícios Durante Gravidez
EFEITOS BENÉFICOS DO EXERCÍCIO NA GRAVIDEZ
- Menor ganho de peso e adiposidade materna;
- Diminuição do risco de diabetes;
- Diminuição de complicações obstétricas;
- Ausência de diferenças significativas em idade gestacional, duração do parto, peso ao nascimento, tipo de parto, valores de APGAR (nota atribuída pelo pediatra à vitalidade do recém-nascido) e complicações maternas e fetais;
- Menor risco de parto prematuro;
- Menor duração da fase ativa do parto e hospitalização;
- Diminuição na incidência de cesárea;
- Melhora na capacidade física;
- Melhora a autoimagem, a autoestima e a sensação de bem estar;
- Diminuição da sensação de isolamento social, da ansiedade, do estresse e do risco de depressão;
- O condicionamento aeróbico moderado durante a gestação saudável não afeta o peso, a altura, a adiposidade e as circunferências de recém-nascidos;
- O exercício físico regular reduz a necessidade de redistribuição do fluxo durante o esforço das vísceras maternas em direção ao cérebro fetal, pois a queda da pressão de oxigênio foi menor em fetos de mães que se exercitavam regularmente.
ORIENTAÇÕES
- Em grávidas já ativas, manter os exercícios aeróbios em intensidade moderada durante a gravidez;
- Evitar treinos em frequência cardíaca acima de 140 bpm;
- Exercitar-se três a quatro vezes por semana por 20 a 30 minutos. Em atletas é possível exercitar-se em intensidade mais alta com segurança;
- Os exercícios resistidos também devem ser moderados;
- Evitar as contrações isométricas máximas;
- Evitar exercícios na posição supina;
- Evitar exercícios em ambientes quentes e piscinas muito aquecidas;
- Desde que se consuma uma quantidade adequada de calorias, exercício e amamentação são compatíveis;
- Interromper imediatamente a prática esportiva se surgirem sintomas como dor abdominal, cólicas, sangramento vaginal, tontura, náusea ou vômito, palpitações e distúrbios visuais;
- Não existe nenhum tipo específico de exercício que deva ser recomendado durante a gravidez. A grávida que já se exercita deve manter a prática da mesma atividade física que executava antes da gravidez, desde que os cuidados acima sejam respeitados;
- Este período não deve ser marcado por um momento em que a gestante deva sair do sedentarismo, mas sim dar continuidade a prática de exercícios físicos, lembrando que é preciso que esteja tudo bem com a gestante e com o bebê para que seja desenvolvido de qualquer programa de atividade física;
- São necessários cuidados com o terreno, a temperatura ambiente, o calçado, o aquecimento e esfriamento, a hidratação e especialmente a evitar as fases anaeróbicas (períodos de curta duração e alta intensidade), a exaustão e a fadiga;
- De forma geral as atividades de competição e atividades físicas intensas podem ser realizadas por atletas profissionais ou de elite grávidas ainda no primeiro trimestre da gestação. Já no segundo e terceiro trimestre só serão permitidas atividades de intensidade moderada e no último mês, só repouso;
- Na grávida não atleta são recomendadas atividades de intensidade leve a moderada durante a gravidez e repouso no último mês;
- O levantamento frequente de cargas pesadas incrementa em 20-30% o risco de parto prematuro;
- O fluxo sanguíneo uterino pode ser comprometido durante o exercício. Para chegar a produzir hipóxia ou asfixia fetal, a diminuição desse fluxo deveria ser maior que 50%. Durante o exercício leve e moderado na gestante normal este fato é raramente observado, porém durante o exercício extenuante e prolongado, estes acontecimentos ocorrem com maior frequência.
CONTRAINDICAÇÕES
A. Contraindicações absolutas:
- Doenças miocárdicas;
- Insuficiência cardíaca congestiva;
- Enfermidade cardíaca reumática;
- Tromboflebite;
- Embolismo pulmonar recente;
- Enfermidade infeciosa aguda;
- Risco de parto prematuro;
- Colo uterino incompetente;
- Gestação múltipla;
- Saneamento uterino, rotura da bolsa;
- Retardo de crescimento intrauterino;
- Macrossomia;
- Enfermidade hipertensiva grave;
- Suspeita de estresse fetal.
B. Contraindicações relativas:
- Hipertensão arterial essencial;
- Falta de controle pré-natal;
- Anemia e outras alterações sanguíneas;
- Enfermidade tiroideia;
- Diabetes mellitus;
- Obesidade excessiva ou baixo peso extremo.
Além disso, existe uma série de sintomas e sinais que indicam a suspensão da atividade física, entre os quais estão: dor, contrações uterinas, sangramento vaginal desmaio, palpitações, náusea, vômito, edema generalizado e diminuição da atividade fetal.
TIPOS DE ATIVIDADE FÍSICA
A. Atividades de baixo risco: pode ser recomendada inclusive para mulher grávida previamente sedentária que deseja iniciar algum tipo de atividade física durante a gravidez. Para essa mulher o mais indicado é: caminhar, natação, hidroginástica leve e pedalar na bicicleta ergométrica. A mulher já habituada a correr ou fazer jogging antes da gravidez, pode continuar seu programa modificando a intensidade e velocidade à medida que a gestação avança. A yoga e o tai-chi-chuan são boas alternativas de se manter o tônus muscular e a melhora da flexibilidade.
B. Atividades de médio risco: neste grupo estão incluídas atividades como a ginástica aeróbica, musculação, os esportes de raquete (tênis, squash) e esquiar ou patinar. Nos esportes de raquete a intensidade deve diminuir com o progresso da gestação. Por outro lado, esquiar ou patinar não devem ser indicadas para iniciantes e nas atletas deve ser evitada a competição.
C. Atividades desfavoráveis: são todas aquelas atividades ou esportes de contato físico e de grande possibilidade de trauma. Esportes como o voleibol, basquetebol, esqui aquático e atividades como a ginástica de alto impacto, o hipismo e o mergulho, devem ser totalmente evitados durante a gestação.
ATIVIDADE FÍSICA NO PÓS-PARTO E NA LACTAÇÃO
A recomendação da atividade física após o parto também vai depender do condicionamento físico, do estado de saúde e da motivação da mãe e das metas propostas. A atleta pode retornar as atividades físicas leves já na primeira semana após o parto e ir incrementando gradualmente a intensidade, devido a que muitas das mudanças só desaparecem em um prazo que varia de uma a oito semanas. Em alguns casos essas modificações podem persistir por até 6 meses.
Na lactação a atividade física moderada é permitida, mas é importante a mulher manter uma adequada hidratação e nutrição. Exercícios maternos moderados e talvez mesmo intensos durante a lactação não impedem a aceitação, o volume e a qualidade de amamentação do bebê.
GRAVIDEZ NAS ATLETAS DE ELITE
As atletas de elite representam uma população seleta com grande tolerância ao esforço físico e acostumadas a altas intensidades de treinamento, tendendo a desprezar sinais de sofrimento corporal, continuando o exercício apesar do desconforto, o que sem dúvida pode ser um risco adicional.
As principais situações que precisam ser levadas em consideração na atleta de elite grávida são:
1. Controle do peso corporal: a nutrição inadequada em atletas que reduzem significativamente a ingestão alimentar para controle de peso, induz a menor ganho massa corporal e quando associada às atividades físicas extenuantes, pode levar ao retardo do crescimento intrauterino.
2. Ingestão de vitaminas: comumente existe por parte da mulher atleta grávida um excessivo consumo de vitaminas que em alguns casos pode levar à malformações congênitas.
3. Esteroides anabólicos: apesar de amenorreia e anovulação na atleta que os consome frequentemente, em algumas raras ocasiões pode existir gravidez que em conjunto com a ingestão dos esteroides pode levar a efeitos fetais como masculinização do feto do sexo feminino.
4. Termorregulação: para evitar o aumento da temperatura corporal durante o exercício, a atleta grávida deve prevenir a desidratação bebendo no mínimo um copo de líquido a cada 15 minutos de exercício, evitando elevação da temperatura corporal acima de 38,5 graus centígrados e controlando a cor da urina.
Essas recomendações feitas de forma geral variam de mulher para mulher e só devem ser realizadas sob estrita supervisão médica e nutricional, além do acompanhamento com educador físico.
Pesquisa realizada por: Ana Karinne Oliveira Cordeiro de Lima e Priscila de Araujo Lucio. São Paulo, 2015.
REFERÊNCIAS
FERREIRA, A. F. N. F.; NETO, N. T. A.; MORALES, A. P.; CALOMENI, M. R. Atividade física e gestação: riscos e benefícios. Perspectivas online: Ciências biológicas e da saúde, Campos dos Goytacazes, v. 14, n. 4, p. 1-8, 2014. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2015.
LIMA, F. R.; OLIVEIRA, N. Gravidez e exercício. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 45, n. 3, p. 188-190, mai./jun. 2005. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2015.
MATSUDO, V. K. R.; MATSUDO, S. M. M. Atividade física e esportiva na gravidez. In: TEDESCO, J. J. A grávida. São Paulo: Atheneu, 2000. P. 59-81. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2015.