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Quantos passos você dá por dia? Dados globais de celulares mostram que brasileiro anda pouco
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12 julho 2017
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Cientistas americanos usaram dados de smartphones em escala planetária para descobrir quão ativas as pessoas são.
Uma análise da Universidade de Stanford, nos EUA, com dados que equivalem a 68 milhões de dias de atividades minuto a minuto apontou que o número médio de passos que alguém dá por dia é de 4.961.
Hong Kong saiu em primeiro lugar no ranking com uma média de 6.880 passos por dia, enquanto a Indonésia ficou na lanterna, com 3.513. O Brasil ficou entre os últimos colocados - atingiu uma média de 4.289 passos diários.
O estudo também trouxe detalhes interessantes sobre formas de lidar com a obesidade.
Direito de imagemTIM ALTHOFFImage captionMapa em inglês com os países mais preguiçosos (perto do vermelho) e os mais ativos (perto do azul escuro), com base no número de passos diáriosPasso a passo
A maioria dos smartphones tem um acelerômetro que é capaz de gravar os passos de seus donos. Para o levantamento, os pesquisadores usaram dados anônimos de mais de 700 mil pessoas que usam o aplicativo de monitoramento de atividades Argus.
"O estudo é mil vezes maior do que qualquer estudo anterior sobre movimento humano", disse Scott Delp, um professor de bioengenharia e um dos pesquisadores envolvidos.
"Há pesquisas incríveis sobre saúde, mas nosso novo estudo oferece dados de mais países, muito mais objetos e acompanha a atividade das pessoas de maneira contínua. Isso abre portas para novas formas de fazer ciência em uma escala muito maior do que fizemos antes."
Veja a lista completa de países avaliados:
País | Número médio de passos |
1. Hong Kong | 6.880 |
2. China | 6.189 |
3. Ucrânia | 6.107 |
4. Japão | 6.010 |
5. Rússia | 5.969 |
6. Espanha | 5.936 |
7. Suécia | 5.863 |
8. Coreia do Sul | 5.755 |
9. Cingapura | 5.674 |
10. Suíça | 5.512 |
11. República Tcheca | 5.508 |
12. Reino Unido | 5.444 |
13. Itália | 5.296 |
14. Irlanda | 5.293 |
15. Dinamarca | 5.263 |
16. Hungria | 5.258 |
17. Polônia | 5.249 |
18. Noruega | 5.246 |
19. Alemanha | 5.205 |
20. Finlândia | 5.204 |
21. Chile | 5.204 |
22. França | 5.141 |
23. Holanda | 5.110 |
24. Turquia | 5.057 |
25. Israel | 5.033 |
26. Taiwan | 5.000 |
27. Bélgica | 4.978 |
28. Austrália | 4.941 |
29. Canadá | 4.819 |
30. Estados Unidos | 4.774 |
31. Tailândia | 4.764 |
32. Romênia | 4.759 |
33. Portugal | 4.744 |
34. México | 4.692 |
35. Nova Zelândia | 4.582 |
36. Emirados Árabes | 4.516 |
37. Grécia | 4.350 |
38. Egito | 4.315 |
39. Índia | 4.297 |
40. Brasil | 4.289 |
41. Catar | 4.158 |
42. África do Sul | 4.105 |
43. Filipinas | 4.008 |
44. Malásia | 3.963 |
45. Arábia Saudita | 3.807 |
46. Indonésia | 3.513 |
Desigualdade de atividades
O estudo foi publicado na prestigiada revista científica Nature, e seus autores dizem que os resultados dão insights importantes para melhorar a saúde das pessoas.
O número médio de passos em um país parece ser menos importante para os níveis de obesidade, por exemplo.
O ingrediente principal para descobrir isso foi o índice de "desigualdade de atividade" - a diferença entre os mais ativos e os mais preguiçosos.
Quanto maior a desigualdade de atividade, maiores as taxas de obesidade.
"Por exemplo, a Suécia tem uma das menores desigualdades entre os ricos e os pobres em atividades e também uma das menores taxas de obesidade", diz Tim Althoff, um dos pesquisadores.
Os Estados Unidos e o México têm uma média parecida de passos, mas os americanos têm uma desigualdade de atividade e níveis de obesidade maiores.
Os pesquisadores também descobriram que a desigualdade de atividade também é influenciada pelas diferenças entre homens e mulheres.
Em países como Japão - com índices baixos de desigualdade e de obesidade - homens e mulheres faziam exercício em níveis parecidos.
Mas em países com desigualdade alta, como Estados Unidos e Arábia Saudita, as mulheres passavam menos tempo ativas.
"Quando a desigualdade de atividade é maior, a atividade das mulheres é muito mais reduzida que a dos homens e, portanto, as consequências negativas da obesidade podem afetar mais as mulheres.".
A equipe de Stanford diz que as descobertas podem ajudar a explicar padrões mundiais de obesidade e dar novas ideias sobre como lidar com o problema.
Por exemplo, eles avaliaram 69 cidades americanas em relação a facilidade para se locomover a pé.
Os dados dos smartphones indicaram que cidades como Nova York e São Francisco eram mais amigáveis para pedestres e tinham uma taxa alta de "caminhabilidade". Enquanto isso, em locais como Houston e Memphis, há "baixa caminhabilidade", o que leva as pessoas a precisarem de um carro para se locomover.
Previsivelmente, caminha-se mais em lugares onde é mais fácil andar.
Os pesquisadores dizem que isso pode ajudar a organizar as cidades para promover uma atividade física maior.
fonte: BBC Brasil