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Perda muscular causa doença do sono que pode levar à morte, aponta estudo brasileiro
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30 setembro 2019
Direito de imagemGETTY IMAGESImage captionPesquisador descobriu que exercícios ajudam a diminuir apneia em idosos
Virar de um lado para o outro da cama, se sentir sufocado e acordar como se estivesse se afogando. Além de prejudicar o próprio sono e o de quem dorme no mesmo ambiente, a apneia aumenta o risco de doenças cardíacas que podem levar à morte.
O estudo Episono, feito com mais de mil pessoas na cidade de São Paulo desde 2007, apontou que a apneia está presente na rotina de 60% da população com mais de 65 anos.
Trata-se de uma parada respiratória que ocorre durante o sono quando a pessoa interrompe a respiração por alguns segundos. Isso pode ocorrer várias vezes durante a noite. Quando isso acontece, a oxigenação do sangue diminui e o coração precisa acelerar para que a pessoa acorde para recuperar o ar. Por esse motivo a pessoa acorda imediatamente, como se tivesse se afogando ou tomando um susto.
Segundo a pesquisa feita na capital paulista, a doença não é uma preocupação apenas para idosos. O estudo apontou que um em cada quatro jovens tem apneia, que é associada pela maior parte médicos como um mal causado exclusivamente pela obesidade.
Mas um estudo inédito feito por pesquisadores do Instituto do Sono, da Associação Fundo de Incentivo à Pesquisa (Afip), apontou que há outro fator tão importante quanto o excesso de gordura na causa dessa doença, especialmente em pessoas acima de 50 anos: a sarcopenia (perda de massa muscular).
O estudo coordenado pelo pesquisador e geriatra do sono Ronaldo Piovesan revelou que a baixa taxa de massa muscular atua como um catalisador da apneia, de maneira tão relevante quanto a obesidade. Toda a pesquisa usou como base os dados do Episono.
"Ao contrário do que pensavam antes, é necessária também a perda de massa muscular para que haja a apneia. A sarcopenia isoladamente ou a obesidade não aumentaram o risco de apneia. É a combinação das duas condições que leva a este distúrbio", afirmou o pesquisador.
Direito de imagemDIVULGAÇÃOImage captionPesquisador identificou que perda de massa muscular é grande responsável por apneia
Em 2015, 700 das mil pessoas retornaram para participar da segunda fase dos exames do Episono. As primeiras avaliações ocorreram em 2007.
Na segunda parte da pesquisa, o pesquisador escolheu metade dos voluntários com mais de 50 anos de idade para fazer o teste de apneia. Durante a análise, o cientista identificou que pessoas com menores taxas musculares têm mais chance de ter apneia do sono.
"Fomos os primeiros no mundo a mostrar que a obesidade associada à perda de capacidade física devido à perda muscular pode levar a um maior risco de apneia do sono a partir dos 50 anos de idade", disse Piovesan.
Tratamento
Em outra pesquisa sobre o mesmo tema, o pesquisador brasileiro recomendou que esse grupo fizesse exercícios físicos durante 12 semanas. A intenção era estimular o aumento do volume de massa muscular para entender se isso realmente faria alguma diferença no quadro de apineia.
Desde então, essas pessoas passaram a fazer sessões de 1 hora de musculação três vezes por semana.
"À medida que o tempo passou, o sono dos idosos acima de 65 anos melhorou", afirmou o pesquisador, que apresentou o estudo Os efeitos da mudança corporal a partir dos 50 anos no sono nesta semana durante o Congresso Mundial do Sono em Vancouver, no Canadá.
Durante a conferência, ele explicou que "idosos com uma baixa taxa de massa muscular tendem a ter um sono menos eficiente, pois demoram mais para iniciar o sono e tem menos sono profundo, que é essencial para a recuperação muscular. Com o exercício, conseguiu-se reverter estes problemas de sono e os idosos passaram a dormir melhor."
Direito de imagemGETTY IMAGES
O Congresso Mundial do Sono, que ocorre a cada dois anos, durou cinco dias e contou com cerca de 3500 pessoas de diversos países. O Instituto do Sono, que fez mais de 15 apresentações de pesquisas no evento tem uma pesquisadora que participa do comitê científico e outra do comitê do programa do congresso.
O próximo Congresso Mundial do Sono ocorrerá no Brasil, em 2021, no Rio de Janeiro.
Qual a diferença entre insônia e apneia?
A insônia é uma condição na qual as pessoas se queixam por dormirem mal. Isso pode ser causado por diversos fatores, desde problemas psicológicos, causados por questões no relacionamento ou no trabalho, a desajustes no local onde a pessoa dorme. Isso pode ocorrer por conta de um colchão muito mole ou um travesseiro muito alto.
Já a apneia é o aumento das interrupções na respiração durante o sono.
A apneia reduz os índices de oxigenação sanguínea e acelera o coração. Esse movimento repetido várias vezes ao longo dos anos pode criar um quadro de doença cardíaca. É esforço demais para o coração. A longo prazo, isso também aumenta risco de morte do paciente.